25/09/2008

Pausa para a poesia: Paulo Henriques Britto



Toda palavra já foi dita. Isso é
sabido. E há que ser dita outra vez.
E outra. E cada vez é outra. E a mesma.

Nenhum de nós vai reinventar a roda.
E no entanto cada um a re-
inventa, para si. E roda. E canta.

Chegamos muito tarde, e não provamos
o doce absinto e ópio dos começos.
E no entanto, chegada a nossa vez,

recomeçamos. Palavras tardias,
mas com vertiginosa lucidez -
o ácido saber de nossos dias.


Do livro Tarde (Companhia das Letras), um dos vencedores do prêmio Jabuti de 2008.


Para conhecer um pouco mais a obra de Paulo Henriques Britto, visite o seu website:

http://phbritto.org/

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