
Toda palavra já foi dita. Isso é
sabido. E há que ser dita outra vez.
E outra. E cada vez é outra. E a mesma.
Nenhum de nós vai reinventar a roda.
E no entanto cada um a re-
inventa, para si. E roda. E canta.
Chegamos muito tarde, e não provamos
o doce absinto e ópio dos começos.
E no entanto, chegada a nossa vez,
recomeçamos. Palavras tardias,
mas com vertiginosa lucidez -
o ácido saber de nossos dias.
Do livro Tarde (Companhia das Letras), um dos vencedores do prêmio Jabuti de 2008.
Para conhecer um pouco mais a obra de Paulo Henriques Britto, visite o seu website:
http://phbritto.org/
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