
Domingo é um dia especial para mim. Dia de acordar tarde, tomar um café da manhã caprichado e de ler todos os jornais, revistas, suplementos literários...e então encontro o texto de Ondjaki sobre Laranjeiras, meu bairro. Lindo texto. Um verdadeiro presente para o domingo. Prosa elegante, inteligente, apurada e altamente poética.
mais adiante, a Rua Alice, a comida agradável na Adega do Serafim, alguns metros depois, é raro não estar lá o Edgar na sua tasca, ou está de pé junto ao balcão ou fica mais ao fundo, como que saboreando a tarde, talvez pensando na vastidão do tempo que já atravessou, ali perto gritam os taxistas, buzinam, passam velozes os entregadores nas suas bicicletas gordas de rápida freqüência, o hospital das pessoas com problemas de coração, e também crianças - ali dentro se joga o futuro dos corpos e o destino das vidas, o coração, órgão que afinal cataliza a vida, ou a interrompe, frágil no seu tamanho e responsável dizem - por emoções associadas à poesia, à coragem, às decisões, aos rumos...
(Revista O Globo, domingo, 14 de setembro de 2008).
Ondjaki nasceu em Angola. É autor conhecido com romances já traduzidos para diversas línguas. En 2007 ele foi finalista do prêmio Portugal TELECOM. Ondjaki é também artista plástico e sociólogo. Após a leitura da sua crônica sobre Laranjeiras, fiquei encantada com a sua prosa e não vejo a hora de passar numa livraria para comprar um dos seus livros.
Quem desejar conhecer um pouco mais sobre Ondjaki, basta visitar a sua página pessoal:
http://www.kazukuta.com/ondjaki/ondjaki.html
2 comentários:
Jana, o Ondjaki é um dos amigos mais queridos que tenho, e uma das pessoas que mais admiro entre aquelas com que já topei nesta diáspora. Um cara que não se queima na fogueira das vaidades. Um escritor primoroso. O melhor contador de piadas que já vi.
Ainda bem que ele tem passado mais tempo no Rio (e em Laranjeiras) do que em Luanda. Os cariocas agradecem!
beijo
Olá Adriana,
É um privilégio ter um talento desses por aqui, Adriana. E É bom saber que a literatura angolana anda de vento em popa. Eu vou já já comprar os livros do moço.
Beijos,
Jana
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