29/03/2009

Bandeira, sempre Bandeira...



Ainda na primeira fase do modernismo brasileiro, chegou a hora de falar sobre Manuel Bandeira. E nada melhor do que ler/ouvir Bandeira para entender/sentir a sua Poética.


Eis aqui um video com imagens do poeta.



4 comentários:

poesia potiguar disse...

Oi, Janaína!

Menina...Todas as vezes em que venho aqui só encontro coisas boas. Obrigada por esse vídeo! Adoro Bandeira e queria muito compartilhar dois poemas que fiz em homenagem a ele.

"Bandeiras para Manuel"

A benção, meu bom Manuel!
A benção, meu nobre Senhor...
Aqui estou com os textos teus,
Rezando com grande fervor.
A benção, senhor Manuel!
Que o teu Recife é o esplendor
E o lindo São João da tua infância?
Fogueira a iluminar teu avô!
A benção, senhor Manuel!
Jogai as graças sobre mim!
Cobri-me com tua memória
Teus sonhos, desejos de outrora...
A benção, senhor Manuel!
Meu peito apertado... Sentindo
Teu desespero, teu pavor!
As noites de tosse e de medo...
Hemoptises, frio e terror...

A benção, senhor Manuel!
Os teus meninos carvoeiros,
Os sapos enfunando os papos,
Momento eterno num café...
E Irene – que é boa demais!
Poética, grito, sussurro!
O desencanto desses versos...
Fraquezas no pulmão do mundo!

A benção, senhor Manuel!
Com tua expressão ao sorrir...
E esse piano na face?
(Tocando um tango sem disfarce!)
E assim foi adiando a vida...
E assim foi postergando o amor...
Poeta das Cinzas das Horas,
Um mestre nas rimas da dor.

A benção, senhor Manuel!
Da Lira dos cinqüenta anos,
Do tom dessa Libertinagem,
Da vida abortando os seus sonhos...
Em tua Pasárgada mítica
Espero um dia te encontrar!
Pra então agradecer a benção
E meu grande amor revelar.
Em vida disseste que os corpos
Se entendem, mas, as almas, não!
E quero explicar-te, em sussurro,
Que tudo isso é confusão!
Engano do grande poeta...
Tristeza, mágoa, temor.
De se entregar de corpo e alma,
De acreditar no meu amor!
E aqui concluo essa oração,
Poema, canção e louvor,
Renovo meus votos e afirmo:
“Minh’alma
Se entende com tua,
Senhor!”

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"À procura de Bandeira"

Onde está você, Bandeira do meu querer?
Onde está, por que não vejo?
Bandeira flâmula e desejo...
Onde está? Meu peito chora!
Sem você, é só a cinza das horas...
Onde está? Que estou em chamas!
Me molha de verve, poeta, declama!
Onde está sua libertinagem?
Talvez no ritmo dissoluto das minhas vontades…
Onde está, meu carnaval?
Pois quero pular contigo,
De verso em verso, dançando
De mãos dadas, namorando
Estrela da vida inteira
Só no seu peito brilhando.

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É isso, menina!

beijão pra você!

Guido Cavalcante disse...

Se vc não se importa, gostaria de acrescentar uma informação sobre o filme: Manuel Bandeira, o habitante de Pasárgada, é de 1954, e mostra além do ap do poeta, o trecho que ele habitava no Castelo. É muito interessante que o edificio onde Bandeira morava, conserva uma placa na entrada indicando o antigo apartamento dele. O filme tem direção de Fernando Sabino, David Neves e Joaquim Pedro de Andrade - todos devidamente mortos e com certeza batendo-papo com o poeta na Eternidade :-)

Janaína Pietroluongo disse...

Obrigada pela visita, Poesia Potiguar. Adorei o seu blog também.

Beijos,

Janaína

Janaína Pietroluongo disse...

Guido Cavalcante,

Obrigada pela visita e pela informação sobre o video. Realmente, o papo deve estar bom lá no andar superior.

Um abraço,

Janaína